quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Amsterdam: muito mais que Coffee shops








Engana-se quem pensa que Amsterdam, situada nos Países Baixos na Europa é uma cidade somente conhecida por ter leis diferenciadas, por tratar as drogas de uma outra maneira, de separar o que são drogas legais e ilegais, além de ter um bairro, o Red light, onde a prostituição é um trabalho legalizado, tem impostos e onde as famosas vitrines são alugadas. Amsterdam é muito mais colorida e com aromas do que parece.
O Red light distrit é um local onde durante o dia há moradores circulando, turistas, onde gente de todas as idades se mistura. Não é um lugar perigoso quanto parece ao primeiro olhar, e sim muito curioso. Quando à noite chega, e todas as luzes se acendem, se pode ter uma idéia do número de vitrines, onde as mulheres ficam expostas, e onde uma relação sexual custa a partir de 50 euros e dura cerca de 15 minutos, o que realmente não vai ser a experiência mais romântica da sua vida.


Além de muitas delas espalhadas por todo o bairro, há também muitos sex shops, shows de strip tease, e apresentações mais picantes.
Mas, bem próximo ao Red light, estão os famosos Coffee shops. Enquanto a maioria dos países luta e faz guerra contra as drogas, mesmo aquelas consideradas mais leves, a Holanda mudou a estratégia e combatê-las de uma maneira mais aberta, com quantidades limitadas por pessoa. Em 1996 o primeiro Coffee shop foi aberto e teve licença para funcionar. Vale à pena destacar que os impostos pagos também são altos para manter esse tipo de negócio. Mas o que funciona, é que não se vê as pessoas fumando pelas ruas, e dentro desses espaços, os consumidores estão entre amigos, em um ambiente agradável, escolhendo o que fumar, pagando por isso e comprando a quantidade permitida, além de estarem em segurança. Também há um controle em relação à faixa etária: menores de 18 anos não entram, e na maioria deles se pede um documento que comprove a idade.


Mas, em contrapartida não existe um sistema perfeito em todos os sentidos, e ainda há muitos jovens pelas ruas vendendo outros tipos de drogas principalmente aos turistas como ecstasy, cocaína e também heroína. Uma atividade ilegal que está atenta aos olhos de policiais e que tem uma grave pena, e é considerada crime.
Dentro do Coffee shop funciona assim; você escolhe um que mais te agrade,seja pela música,pela decoração, pede o cardápio, escolhe o tipo que mais te apetece de marijuana ou haxixe, e pede junto um capuchino, um chá ou uma comidinha. Em outro cardápio, opções variadas de bolos, tortas, sucos e também os de recheios especiais, é só escolher e perguntar antes para saber o que é!Na maioria deles não é permitida a venda de bebidas alcoólicas, e nem o consumo de tabaco.
Mas se você não fuma marijuana, e quer estar com amigos ou por curiosidade dentro de um, sim que têm alguns e poucos, onde se pode beber uma taça de vinho, e onde todos os gostos se juntam.


Há também as Smarts Mushroom, lojas que vendem cogumelos, algumas cápsulas e outras substancias curiosas para melhorar o seu desempenho sexual. As lojas Magic Mushrooms também possuem um cardápio, onde antes de comprar alguma coisa, o funcionário te pergunta o que você busca com esse cogumelo, que tipo de trip quer ter, se já tomou alguma outra vez, enfim um breve questionário para direcionar o seu pedido e também para testar o seu grau de conhecimento.
Existem os de duração de 4, de 6 e de 8 horas. Os para te deixar feliz, para te dar viagens visuais ou mesmo alucinações. E eles são vendidos frescos em pequenas embalagens, além de serem originários de vários países.


Mas, as Smarts shops podem ser proibidas agora em dezembro, as leis devem mudar, e deverão ser tratadas com mais atenção depois que alguns incidentes aconteceram, como a morte de um francês que se jogou de uma ponte, um alemão que ficou andando nu pelas ruas e assustando as pessoas. Porém, todos esses acidentes aconteceram combinados com outras drogas como o álcool e a substância mdma, não existiram somente com o uso de cogumelos.
O que defendem, é que os cogumelos não fazem mal à saúde pública,ao contrário, que há estudos científicos que comprovam que eles são utilizados na medicina,seja para tratar de um comportamento obsessivo compulsivo, uma dor de cabeça ou uma depressão.


Acho que o que mais vale disso tudo é a maneira como é tratado o tema, de uma forma de não fazer polêmica, de tratar as pessoas de outro jeito, para que elas possam fazer suas escolhas e pagar por elas, diminuindo assim o tráfico de drogas e a violência. Além do mais, se você é livre e é responsável pelos seus atos, e sabe o que está fazendo, e não dá trabalho aos outros, divirta-se da maneira que melhor escolher.


Amsterdam é uma cidade ideal para se estar com amigos ou com o seu par. Você pode ficar hospedado em um dos muitos hostels baratos que há na cidade, até em hotéis dentro de parques famosos como o Vondelpark e com cafés da manhã refinados.
Mas não é uma cidade barata. Comer, comprar, custa muito, mas você pode optar e escolher melhor os restaurantes, as lojinhas, ir ao supermercado, enfim, saber escolher dentro do seu orçamento. Agora se esse não é o seu problema, se prepara para ficar “atontado” com tantos lugares curiosos, lojas alternativas, galerias de arte, restaurantes indianos e asiáticos, italianos e confeitarias poderosas.


Conhecer essa cidade tão encantadora, passear pelos seus canais, pelas ruazinhas estreitas, ver de outro ângulo a paisagem quando se
está passeando de barco, é muito mais que somente os Coffee shops, o espírito de liberdade e de fazer coisas “proibidas’.
A maioria das casas foi construída próxima aos canais, possui uma arquitetura diferente, onde o intuito era proteger da neve com os seus telhados mais baixos e também da umidade. Vale lembrar que a partir de novembro as temperaturas baixam muito, além de nevar e ter a temperatura negativa.


Você também pode entrar na história de Anne Frank, uma garotinha que durante a Segunda Guerra Mundial viveu num anexo de quartos por 25 meses junto com uma parte de sua família, e enquanto vivia em seu lugar secreto escrevia em seu diário, que depois se tornou livro, conhecido como “O diário de Anne Frank”.
Pode ir a museus diferenciados e curiosos, em pequenas galerias de arte, em parques lindíssimos como o Vondelpark, além de poder alugar uma bicicleta por algumas horas. Em Amsterdam, o número de bicicletas é enorme, é um meio de transporte muito utilizado e há ciclovias por toda a cidade. Pessoas transportam objetos, bolsas, filhos, cachorros, cesto de flores, tudo sobre a bicicleta. Mais uma idéia eficaz, onde diminuem-se o uso de carros,de emissores de gás carbônico e conseqüentemente fazem com que seja um transporte sustentável e inteligente,além de ajudar o meio ambiente e de ser uma ótima e divertida maneira de conhecer toda a cidade.




Mas, nem só de história e de paisagens inóspitas destacam Amsterdam, como um dos roteiros mais procuradas da Europa. Festas indoor e muitas discotecas fazem parte das atrações. Ouvir minimal em um pub, ou tech house em uma grande festa. E haja festa!Assim como outros destinos, como Berlin, Amsterdam é regada às festas. Variados clubs para diferentes públicos, onde renomados Djs tocam, ou festas mais privates, e também às mais voltadas aos turistas.
Tem de tudo, é só fazer a opção. Clubs undergrounds como Melkweg, Escape de Lux e Studio K, trazem nomes como, Billy Nasty, Ricardo Villalobos, entre outros.


Programação intensa e variada também nos Coffee shops, onde muitos Djs estão tocando desde chill house até o mais fino minimal house, ska, reggae e dub como o Rookies e La Tertulia. Com sofás aconchegantes, almofadas, vistas incríveis, ou lugares simplesmente equipados com televisões de plasma, há de tudo! Muitos pubs irlandeses, ingleses também se destacam, ou seja, realmente não faltam opções tanto durante o dia como à noite.
Você vai se encantar com essa cidadezinha tão peculiar, mas ao mesmo tempo mágica, cheia de histórias, de outras leis, de curiosidades e de tantas coisas bacanas para conhecer e atividades para fazer, mas sempre alerta e desperto.!
Iam Amsterdam!!!

Por: Nat Naville (nati@emusicbrasil.com)

sábado, 1 de novembro de 2008

Review Boom Festival - parte final




Artes visionárias, galerias ambulantes. Arte plural por todos os lados. Na Vision Gallery, exibições de diversos artistas visionários como Carey Thompson, de fractais, formas psicodélicas, guache à água e óleo. Estilos de artistas americanos, peruanos, indianos, franceses. Alex Gray era um dos únicos artistas, onde nenhuma de suas telas estava à venda, algumas outras sim, com preços que variavam dependendo do seu amor por um determinado tema.







Outros artistas como Martina Hoffman, Robert Venosa também tinham suas pinturas e histórias a mostra nessa galeria que sempre estava muito bem visitada.
Outro espaço que era bastante interessante e com uma proposta bem variada era o Liminal Village. Palestras, workshops, informações e entretenimento durante o dia e a noite. Temas diversos foram abordados como: Economia alternativa, Espiritualidade, Yoga, entre muitos outros. Destaque para Trance Dance Ritual com Kalid e Rya, onde vendas nos olhos foram colocadas nos participantes. Ao som de tambores, sons mais orgânicos e outros barulhos, a experiência era dançar com os olhos literalmente fechados, não se via nada nem ninguém, somente se tinha as suas percepções internas e pessoais. Olhando para si, com as suas sensações e vivências.



Filmes, improvisações, malabares, pockets shows. Todas essas apresentações aconteciam no Theatroom. Do lado de fora, quadros e pinturas por dois australianos, Hayley e Link. Do lado de dentro, um grande palco, uma arquibancada que ficava sempre cheia com todos os shows que rolavam. Essa era uma área bem interessante do Boom Festival, durante o dia havia poucas apresentações, então se podia observar as pinturas do lado de fora, com motivos cósmicos, como dançarinas e elfas. E a noite, era hora do show, de achar um lugar e de deliciar ao espetáculo. Destaques para uma pequena criança fazendo diabolô, e também para o projeto Laborg, com Liquid Live Vídeo Mixing.



Para se movimentar no festival, viam-se bicicletas, que também podiam ser alugadas, motinhos, monociclo, carros diversos. Havia outros veículos como os de bombeiro, que traziam água para deixar mais úmido o ambiente e também alguns de segurança que sempre faziam uma ronda diária.
Havia também a área médica, com profissionais 24 horas disponíveis para um simples machucado ou atendimentos mais sérios e também algumas ambulâncias.



Durante todo o dia para se cuidar era necessário beber muita água, muita, porque o verão europeu é bem diferente do nosso, bem mais seco, então nunca era demais se hidratar, se alimentar bem, ficar na sombra e se proteger do sol quando possível, com leques, cangas, bonés, chapéu e passar muito protetor solar.
Na tarde memorável da apresentação de Tetrameth, uma noticia triste. O festival teve uma pausa sonora de 10 minutos e algum tempo para meditar e refletir sobre algumas questões. Um homem, de nacionalidade francesa, de aproximadamente 38 anos faleceu por ataque cardíaco.



Em 10 anos de festival, foi a primeira vez que alguém da organização subiu ao palco e ao microfone deu à triste noticia que balançou muita gente e fez com que parassem para refletir sobre o uso abusivo de substancias tóxicas que são ainda muito consumidas, infelizmente. Mas em meio a esse acontecimento que pegou a todos de surpresa, viam-se muitas grávidas, vidas novas que na certa trazem sempre renovação e boas novas.



Ao lado da redação do “Daily Dragon” e próxima a rádio, havia o Ecocentro Ipec. Materiais recicláveis, kits para bitucas de cigarros, sabonete vegetal e informações. Ao lado de fora, podia-se ver um demonstrativo da Campanha “Seu óleo é música’, que foi realizada meses antes do inicio do festival. Reciclagem do óleo vegetal junto a toda a comunidade de Idanha-a-Nova para transformar o óleo em música, em energia que abasteceu todo o festival.
Percorrendo o caminho das grandes borboletas que voavam no céu, chegava-se a Healing Área. Um espaço lindo e amplo, rodeado de atividades como yoga, meditação, consultas homeopáticas e tantas outras práticas sempre orientadas por profissionais. Espaço para se exercitar, alongar, cuidar da mente e do espírito.



E tantos outros domos, círculos, estruturas que era preciso chegar perto para saber o que se passava, o que acontecia. Um deles era o Caleidoscópio, que funcionava como um Observatório Astronômico. Era uma área com telão, onde imagens eram captadas ao vivo de um telescópio. Funcionava como um pólo de conhecimento micro e macro cósmico
Outro lugar que se destacava era uma tenda colorida, com uma placa indicativa “Homeless’, ou lugar para os desabrigados do festival. Se você não tinha onde dormir, não tinha barraca, lá era o lugar e tinha ate uma decoração peculiar, muito criativa.



Aliás, via-se criatividade em todos os ambientes, em todos os espaços. Criatividade na montagem das estruturas, na criação das pistas. No Chaishop, nas diversas tipis espalhadas, nas decorações soltas com cristais gigantescos pendurados, nas construções com palhas e feno, nas bio- construções, nas pessoas e em todos os personagens. De dia um universo, à noite outro completamente diferente. Tudo tinha brilho, tinha encanto, tinha luz própria.
Mais de 800 artistas, muitos produtores, organizadores, muita gente envolvida e unida para fazer um grande e bonito festival para as 30 mil pessoas que ali estavam.



Lua cheia, por do sol às oito da noite, ventos que refrescavam e outros que traziam o frio. Céu multicolorido, balão, diversos helicópteros, barcos e jet-ski no lago. Informações por toda a parte.
A conexão estava dentro de você, com o que gostaria de se conectar, à aprendizagem estava em todas as pessoas, por todos os lados, bastava somente se concentrar e escolher qual caminho seguir.
Paqueras, novas amizades, consolidação de amizades. Pactos, rodas, interatividade. Olhares, sorrisos, gargalhadas. Abraços apertados, sinais, piscada de olhos. Era parar e visualizar também as pessoas queridas que quisesse por perto, e não estavam fisicamente, mas sempre possivelmente conectadas com o coração.



Noites bem dormidas, noites nada dormidas. Aquele mundo não parava e só crescia todos os dias. Dias longos, mas que passaram muito rápido. Experiência única e abençoada por estar presente, por viver um sonho, por estar conectada.


Por Nat Naville (nati@emusicbrasil.com)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Parte II - Review Boom Festival






Os dias amanheciam sempre com uma brisa fresca e com as batidas de um full on morning. Lá pelas duas da tarde o tom era o do Progressive. Sons grooveados, dançantes e com samples fortes. Impossível não se mexer,dançar sozinho,dançar muito e do seu jeito,de qualquer jeito.Às 5 horas da tarde, o som do Dance Floor tinha uma pausa de 3 horas para manutenção e descanso. Era essa à hora de se alimentar, ou de conhecer outros muitos lugares, pessoas, escrever, usar a internet que era disponível e free no cyber café, ler as notícias do festival, entrevistas e matérias no jornal oficial do festival, o “Daily Dragon”, usar o seu lap top na área de wirelles, visitar a Boom Radio, que tinha sempre uma programação diária e DJs se apresentando.
Era o momento ideal para visitar o Boom Shop, onde se podia encontrar desde tabacaria, até produtos de outras edições do festival, gel de banho vegetal ou até mesmo tentar sacar dinheiro, visto que esse espaço tinha uma das maiores filas do festival, e era preciso ser guerreiro para enfrentá-la. Podia-se carregar os celulares, com as tomadas que estavam disponíveis, nadar, tomar sol, sentar na sombra, relaxar, se esticar na rede e viver toda essa experiência mágica e única.





Mas havia tantos outros espaços lindos no festival que ser andarilha era a ordem de todos os dias.
O Groovy Beach estava situado bem às margens do lago, com um caracol todo colorido, onde os DJs se apresentavam. Lycras em tons de azul e branco, e alguns tapetes no solo.
Normalmente durante o nascer do dia, podia ouvir um delicioso Deep house, Progressive house. À tarde o lance era a mistura. Hip hop, música brasileira e de outros países, sons mais “houseados”, funk, grooves no geral. Durante a noite e toda a madrugada, sets e lives recheados de Minimal Techno, Minimal house, Electro e Tech-house. Destaques para a brasileira Tati Sanches,com um estilo e técnica admiráveis,Click Box,Marc Antona.



Um som mais ambiente, chill out e experimental se ouvia no Ambient Forest. Ele ficava lá pra cima, onde o vento trazia recordações e boas vibrações. Com uma decoração em verde e preto, trazia no seu centro uma fonte de água. Calçados ficavam sempre ao lado de fora. E a vista era linda, o lago, as árvores.



Durante o dia, o estilo que mais predominava era o ambiente, som viajante, com batidas leves e relaxantes. Era o espaço onde promovia o encontro de muita gente que descansava, e também do pessoal dos malabares diversos, de contato ao diabolô.
Um dos grandes destaques dessa área se deu no primeiro dia, durante a noite, um ventinho frio, mas uma sonzera que esquentava. Trotter e Pedro Gomide, dois projetos brasileiros de worldmusic e IDM fizeram uma noite memorável e mega dançante. Destaque também para a apresentação de Aquiles,Sallun,ambos integrantes do Grupo Pedra Branca,além do português DJ High.



Do outro lado do Ambient Forest, ficava o Sacred Fire. Para se chegar lá, podia ou dar toda a volta, que era uma média de uns 20 minutos, ou se agilizar com a ponte que interligava esses dois “mundos”.
O Sacred Fire era todo roots, com bambus, muita madeira e todo aberto. Tinha em seu centro um grande palco,e ao seu lado,uma linda fogueira que era acesa todas as noites. Ficava dentro da área cigana do festival, onde havia mais lojinhas, alguns restaurantes tailandeses, á área do silêncio, muitas tipis com massagens diversas: shiatsu, ayurvédica, acumputura além de tarô, leitura das mãos e sucos naturais. Era lá também que havia o jardim das fadas, todo em miniatura, colorido, encantado. Uma produção delicada, em miniaturas e que se perdia tempo ao olhar para tanta magia e delicadeza. Também era lá que se podia ver o jardim dos girassóis, grandes e lindos girassóis, e também uma flor de lótus.



Parar e olhar todos esses detalhes, como foi pensado, os cuidados desde a água que regava todas essas plantas, até as pedrinhas que foram colocadas no chão, era como outro mundo mesmo podia-se sentar em meio à natureza, dentro de arcos de flores e plantas, relvas.
Todo esse espaço onde ficava o Sacred Fire, tornava-se mais emocionante ainda,quando com os batuques,com a percussão, ou com vozes melódicas femininas, se uniam à lua cheia, ao céu estrelado, à fumaça da fogueira, ao eclipse no Show do Pedra Branca, e de outros grupos como Bamboo & Farra Fanfarra, Gocoo, entre tantos outros grupos performáticos.



Por falar em performances, elas eram vistas em toda a parte. Pernas de pau,elfas,bambolês,pirofagia. Performances essas por equipes de artistas do festival, mas também por qualquer pessoa que quisesse colocar a sua fantasia, mostrar o seu talento, seja como gueixa, com partes do corpo a mostra, com orelhas de duendes, com sombrinhas e adereços coloridos, unhas pintadas, homens fantasiados de mulher, com mil dreads variados de todas as formas, cores, e texturas.



Pessoas de todas as partes do universo, deste e talvez de outros. Ingleses, japoneses, australianos, italianos, franceses, mexicanos, indianos, tantos e tantos outros, pelo menos umas 80 nacionalidades diferentes, e é claro, brasileiros. Muita gente que se conhecia de outras festas ou amigos mais próximos, o Brasil estava bem representado, e era sempre bom ouvir um bom português em meio a tantos diversos acentos. Mas como era bom, pedir em inglês e agradecer em português, arriscar um espanhol ou um “Arigatô”, “Merci”. A mistura de idiomas era frenética,mas a freqüência e a comunicação de alguma maneira se dava.E era divertido começar altos papos em inglês e acabar com um português meio mineiro,meio paulista.



Amizades de todas as partes do mundo, anotações, networking, trocas de informação. Com certeza, sempre uma das maravilhas de estar em um encontro tão cultural, tão mixado.
Outra grande mistura eram as crianças. E elas eram inúmeras. Desde bebês de colo até as maiores, com fones de ouvido ou fantasias, asas coloridas. De mãos dadas com os pais ou soltas pela pista principal, pelo festival ou em oficinas oferecidas pelo Baby Boom, espaço esse dedicado e seguro para todas as crianças do festival com monitores especializados, uma maneira também de deixar os pais mais tranqüilos e as crianças longe do som alto ou da poeira.

Continua...

Por Nat Naville (nati@emusicbrasil.com)

sábado, 11 de outubro de 2008

Review Boom Festival- parte 1 Festival da riqueza dos detalhes, da mistura em todos os sentidos




O festival bianual de cultura alternativa, o Boom Festival, comemorou o seu décimo aniversário, e entre os dias 11 e 18 de agosto se deu mais uma celebração no lago de Idanha-a-Nova, pequeno vilarejo ao norte de Lisboa.
Muitos anos de expectativa, muitos sonhos em relação a esse grande encontro da diversidade em todos os sentidos, enfim, os sonhos se tornam realidade e foi assim que se iniciou essa aventura para milhares de pessoas ao redor do globo.

Ao começar pelo dia da viagem. Segunda-feira de manhã em Lisboa,chuva fininha e uma grande concentração de freaks de todo o planeta.Concentração no aeroporto da Portela para as saídas do Boom Bus,o transporte oficial do festival.
Era grande o número de viajantes do mundo todo para embarcar nessa aventura. Do lado de fora,muitos ônibus a espera do público,do lado de dentro: dreads,roupas coloridas,diferentes estilos,cabelos,idioma,acentos. A partir daí já se tinha uma idéia da mistura que seria esse festival.

Pelo caminho, entre rodovias, um percurso de 250 km, ou quase 3 horas de viagem até o Geoparque Naturejo, local rodeado por belezas naturais, montanhas, rochas, pedras e um lindo lago azul.
Antes da portaria principal do festival, alguns quilômetros. Para quem optou ir de Boom Bus, foi uma boa escolha, já que se evitavam tempos e tempos de espera, ou na fila sob um sol forte que refletia o clima mais quente do interior. Mas, teve muita gente que preferiu trilhar o caminho a pé, com mochilas pesadas, mas em um clima de diversão, de novas amizades e de muita resistência física.

Finalmente dentro do Boom Festival: “Welcome” dizia a placa na entrada principal. Sorriso na face,olhos brilhantes,admirada com tudo o que ainda desconhecia e que exploraria.
No primeiro dia do festival, dia 11 não há som, é um dia para as pessoas chegarem, se ambientarem, escolher o seu lugar de camping, curtir a natureza, descansar, enfim se habituar e se preparar para uma maratona que estava apenas começando.
Percorrendo as áreas, podia-se ter uma idéia de qual grande era o lugar. Árvores, muito verde, sombras, flores, e todo aquele ar colorido. Nenhuma nuvem no céu, o sol brilhava. Tempo seco,semi árido,muita poeira,e no chão,pedrinhas e algumas rochas e espinhos.Mistura de vegetação,e um paraíso abençoado.

Achei interessante se ter uma idéia de como é o festival antes de ele ter começado. Tempo para conhecer cada lugar, sentir cada energia, cada cheiro, andar por todos os cantos e adivinhando ou tendo uma idéia do que é o que.

Momento exploração.

No dia seguinte, dia 12, terça-feira, a noção de que mais um Boom Festival estava a começar era verdadeiro. Decorações por todos os lados, cores, muitas cores, estruturas gigantescas, riquezas nos detalhes, mapas, placas, movimentação, últimos ajustes no som, em todas as pistas. Flea Market já montado é o sonho.

No mapa deixado em alguns lugares, como na entrada, no balcão de informações ou nas árvores você se baseava e guiava-se.
Para acampar, três áreas de camping principais com o indicativo “camping”, onde não se podia também havia o aviso. Estacionamentos de carros separado do estacionamento de motor home e veículos maiores. Chuveiros próximos ao camping,banheiro de sólidos e banheiros somente de líquidos,divididos sempre entre homens e mulheres.

“Lockers” ou o nosso guarda-volumes, ”achados e perdidos”, cozinha comunitária, cozinha solar e uma boa área de alimentação com sabores exóticos e naturais do mundo todo.
A grande tenda colorida que cobria todo o espaço dedicado às pessoas que estavam acomodadas e se alimentando, foi feita pela equipe de Thomas, Daime Tribe. Uma lycra imensa e colorida, “tai-day”, com cores suaves e traços fortes. Abaixo, grandes mesas, bancos e chuveiros que algumas vezes durante o dia refrescava com o calor que fazia.

Dezenas de stands montados com cardápios saudáveis, bebidas orgânicas e refrescantes, além de bares personalizados e pintados pelo artista High Raff e com o atendimento do Wave Bar.
Ao todo 17 restaurantes. Comida vegetariana, veggie burgers, especialidades da Índia, Tailândia, Itália e Singapura. Deliciosos pães quentes recheados, comida japonesa, massas, macrobiótica, bebidas biológicas, pizzas, mexicana, caldos, carnes, snacks, e também um restaurante regional de comida tipicamente portuguesa. Nas refeições, os preços variavam de 6 a 11 euros, as bebidas ficavam entre 1 euro e 4 euros. Além disso, podia-se saborear sorvetes diversos, água de coco, e açaí, muitas frutas, e outras comidinhas que se encontravam fora da área de alimentação.

Ao redor de todo o Dance Floor, onde se formava um grande círculo, o Flea Market ou Feira mix. Umas 50 lojinhas fixes, bacanas e com artigos personalizados de artistas e artesãos do mundo todo. Era unir arte com conhecer pessoas e culturas, um espaço que sempre estava movimentado. Ambiente colorido e curioso onde se encontrava uma grande variedade de roupas, acessórios diversos, livros e revistas, joalheria, sandálias, botas, artesanatos, roupas feitas à mão, produtos reciclados, cristais, tabacaria, camisetas personalizadas, malabares, e também a Matramba, brasileira com lindas cartucheiras e lanternas led.

No final da tarde, as primeiras melodias surgiram. Batuques, sons orgânicos, era o início oficial da abertura com Star Sound Orchestra. Em um Dance Floor com tons em verde,com pequenas outras salas que refrescavam com um mini lago e lugares para sentar. As coberturas de sombras foram desenvolvidas pela Sagaz, equipe brasileira de São Paulo, e duas Fênix se destacavam. Além disso, seis espíritos e um cristal protegiam e canalizava a energia da pista, projeto esse desenvolvido pelo eslovaquio, Misko.

Main Floor recheado de boas atrações, do Full on ao Dark, do Progressive ao Trance. Nomes como Zarauz, projeto português, N.A.S. A, destaque para um projeto de progressive dançante, o DJ Nellix, os australianos da Zenon Records, Shadow FX, Tetrameth, além de Behind Blue Eyes, que contagiou não somente pelo som, mas por sua performance pessoal que empolgou todo o público. Os brasileiros também tiveram seus destaques como First Stone, DJ Pedrão, Swarup e Burn in Noise. Dos nomes do Full on e que mantiveram uma cena mais old school, Tristan brilhou, com bases fortes e melódicas e Shane Goby.

Continua...

Por Nat Naville (nati@emusicbrasil.com)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Review Boom Festival, parte 1




acessem: http://www.emusicbrasil.com/, e a minha coluna.! =)


essa é só a primeira parte da história,ainda continua com a segunda e terceira parte.!


sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Linda Lisboa,PT


Estou em Portugal,mais precisamente em Lisboa desde sábado passado,dia 1 de agosto.

As mpressões que tive ao chegar em Lisboa com um nascer do sol mágico foi que o sonho se tornava realidade,que após alguns momentos,depois de muita água que rolou,tudo o que eu planejei,os sonhos que tive,tudo estava a começar a acontecer.


Penso no Boom Festival desde 2005,penso em mudar a rota,a conhcer lugares novos,pessoas e trocar experiencia,todos os dias da minha vida.


Tudo tem sido perfeito. A receptividade dos portugueses me impressionou.Por onde ando,as pessoas tem o prazer de ajudar imenso e são muito atencisosos.


Estou muito feliz por aqui e Lisboa é linda.Céu azul,por do sol às 9 da noite,comida boa,amigos queridos,me sinto em casa,mas com saudades dos meus,da minha Tita, mas os sonhos ultrapassam as saudades e sinto que esse é só o começo de uma aventura,de uma grande aventura e aprendizado.




Viajo ao norte de Portugal,Idanha a Nova na segunda-feira,dia 11.

São em média uns 250 km que ligará ao Boom Festival..uau..dreams come true..yeah.


Espero encontrar grandes amigos e fazer outros tb.!queria muita gente aqui comigo,mas o coração conecta onde quer que esteja. =)


Chega um momento em nossas vidas que as escolhas nos sacodem,e é preciso faze-las.Sigo sempre o meu coração,deixo o medo,com a certeza de que se algo que deixei para traz tiver que voltar a ser meu,será...


Feliz,e a partir de segunda,todas as informações sobre o maior festival de cultura alternativa,além de entrevistas,idéias e tudo o que vai rolar na décima edição do Boom Festival.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Textos frescos coming soon

O maior festival de cultura alternativa se aproxima,o Boom Festival.
Na próxima segunda-feira,dia 11 direto de lá, informações,artigos,reviews e tudo que vai rolar nesses 7 dias dedicados à muita cultura,música,entretenimento.

coming soon,
conectados.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Novas matérias e entrevistas na Emusicbrasil.com


Hey everyone,


Confira novas matérias,entrevistas na Emusicbrasil.com (http://www.emusicbrasil.com/)


Matérias sobre a montagem do Boom Festival 08, além de conhecer um pouco mais sobre as pistas do festival,como tudo foi realizado.


Entrevistas com projetos de Portugal, além de toda as informações sobre as festas,festivais,eventos e mais notícias da cena-emusic e da arte e cultura alternativa.


Sugestões,críticas,idéias, me escreva.!




quinta-feira, 17 de julho de 2008

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Boom Festival

Em contagem regressiva.

Daqui há 26 dias, começa a décima edição do maior festival de cultura alternativa do mundo, o Boom Festival em Idanha-a-Nova em Portugal.

Cultura plural,todas as formas de arte, muitas nacionalidades,estilos, enfim o festival caracteriza-se por ser multidisciplinar e ter preocupações que não estão somente ligadas à arte no geral, mas sim no meio ambiente,sustentabilidade,preservação, e toda a forma de interferir o mínimo na natureza.

Cinema,performances,feira-mix,Chill out,Sacred fire,Dance floor,Goovy Beach,Liminal Village.

Cuidar da mente e do espírito. Dançar e ouvir, não só e-music,mas todos os tipos de sons experimentais.

Espaço para educação,conscientização,área para crianças.

Projetos como "Seu óleo é música" gera para o festival energia renovável.

Comidas orgânicas,bebidas orgânicas,kits orgânicos.

Todas as formas de terapia,todos os tipos de alimentação.

mais informações: www.boomfestival.org

see ya soon.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Bem vindos.

Hey,
meu nome é Nat, sou jornalista,colunista,produtora e também já fui apresentadora de Tv.
Mudanças e transitions à parte nos dias atuais,sou uma apaixonada por tudo o que é diferente, e isso inclui pessoas,estilos,lugares,culturas,e é claro tudo que tem uma forma alternativa de ser.

Música eletrônica,cultura,arte,performances,entrevistas. Como colunista do site www.emusicbrasil.com desde 2005, apresento aqui alguns textos,artigos,reviews.

Colaboradora também do www.chaishop.com da Alemanha, www.zuvuya.net. E quando rola, espalho por onde o vento leva mais informações e alguma colaboração.

Esse ano,um desafio,Daily Dragon from Boom Festival em Portugal.

Aqui,um pouco de tudo,com críticas,informações,sugestões.

Espaço aberto também para a aprendizagem. =)

E um pouco sobre a curiosidade de países,cultura,freaks do mundo todo, e muita gente bacana que tem a arte, seja ela qual for,a arte plural, como dom,amor e muita criatividade.

Enjoy,e obrigada por ler.!
besitos =***