As duas faces de Berlim

Berlim na Alemanha é uma cidade com histórias, isso não podemos negar, porém com um passado recente, com mudanças e muitas transformações a nível cultural, social e econômico.
Com uma população de quase quatro milhões de habitantes, é a cidade mais populosa do país e a segunda mais populosa da União Européia, perdendo somente para Londres. Berlim é também uma cidade independente, possui dessa forma, o estatuto de distrito.

Política, ciência, cultura, artes de todos os tipos destacam além da música, uma cidade mix, que reúne diversos tipos de arte, muitos mundos diferentes em um só lugar. Razão pela qual, é uma cidade muito procurada para turismo da Europa, e isso inclui gente jovem, porque ela também agrada com suas inúmeras discos, festas, pubs e restaurantes da moda, além de museus, orquestras, eventos esportivos e universidades.

Berlim é uma cidade plural, multicultural, reúne cerca de 180 nacionalidades diferentes em um só lugar. Haja mistura, tanta cultura!

No século XIII, Berlim foi sucessivamente a capital do Reino da Prússia, do Império Alemão. Depois da Segunda Guerra Mundial, a cidade foi dividida. Berlim Oriental se tornou a capital da Alemanha Oriental ,enquanto Berlim Ocidental continuou sendo parte da Alemanha Ocidental.Com a reunificação alemã em 1990, a cidade passou a ser a capital de toda a Alemanha.
Monumentos históricos como a Porta de Brandemburgo, é visitada todo o ano por turistas. Diz a lenda que Napoleão Bonaparte venceu os prussianos, ocupou Berlim e levou para Paris a quadriga, que está sobre a Porta de Brandemburgo, que é um orgulho para a cidade. Com a derrota de Napoleão, a quadriga volta a ser colocada no mesmo local, com grande júbilo da população.

Em 1933,Adolf Hitler foi nomeado chanceler, tendo iniciado, com a invasão da Polonia a 1 de setembro de 1939, a Segunda Guerra Mundial, que se estenderia até 1945. A partir de 1940, Berlim sofreu inúmeros bombardeamentos, especialmente no último ano da guerra, tendo a maioria dos edifícios em ruínas.

E em 1961, o governo comunista constrói o famoso Muro de Berlim, muro com cerca de 150 km de extensão, envolvendo os restantes setores. Quem tentasse ultrapassá-lo era imediatamente morto. Hoje em dia,há vários tipos e pedaços espalhados pela cidade do Muro. Há as partes com os destroços,há os muros coloridos,com grafitti,com nomes de visitantes, com mensagens de paz e de amor.

Caminhando pelos dois lados de Berlim é possível notar a diferença até hoje do muitos alemães, que em sua maioria são todos muito simpáticos e amáveis,mas no dia a dia você percebe a divisão do muro não somente em sua localização geográfica,mas também e principalmente nas pessoas e no modo de vida delas.Há um muro de Berlim na maioria delas e existe também muitas histórias, e uma delas aconteceu com a colocada do muro,onde um casal que se amava muito ficou dividido,cada um ficou em um lado,e não havia maneira de ficarem juntos com a divisão. A história é antiga,mas finalmente quando o muro foi derrubado,eles já estavam juntos novamente.Berlim é uma cidade encantadora,com avenidas largas, respira história, respira cultura.

Possui também muitos parques,praças e bons centros comerciais.Não é uma cidade cara e você encontra bons preços em galerias de arte,nas entradas de museus e em lojas mais alternativas do circuito da moda.A noite em Berlim também é outro ponto forte. Baladas à mil,djs requisitados e bem famosos na cena dividem espaços nas melhores discotecas berlinenses, além de squats parties e pubs quentissimos. Berlim vive a noite como se não existisse o dia.
Bares e clubes não têm hora para fechar, e seguranças na porta são raridades – há de tudo e para todos.Nos tempos do Muro, a cidade concentrava uma enorme população jovem, que vinha à capital para escapar do serviço militar. E com a dificuldade em deixar a cidade, cercada pelo Muro por todos os lados, a vida noturna só tinha a ganhar.

A queda do Muro abriu espaço para uma nova experiência urbana. Não só cenas inteiras se mudaram para os novos bairros, mas uma miríade de velhas fábricas e galpões desativados permitiu o surgimento de festas gigantescas e esporádicas, que aproveitavam ao máximo as condições que só Berlim tinha para oferecer.

Assim surgiram clubes profissionais e famosos – principalmente de música eletrônica, como Casino, Polar.tv, Berghain e o anexo Panorama Bar são lugares de passagem obrigatória para quem está à procura de uma experiência inesquecível ou está fazendo um guia dos lugares mais cool do planeta. No Berghain, regem o techno e o minimal techno. Quem preferir house ou electro, deve ir ao segundo andar, onde fica o Panorama Bar.

O clube está instalado em uma antiga usina termoelétrica, contruída à base de aço e concreto, e o pé-direito da pista de dança principal chega a 18 metros de altura. A arquitetura interna é minimalista, com uma instalação de enormes placas de alumínio do polonês Piotr Nathan e fotografias ampliadas do cultuado fotógrafo alemão Wolfgang Tillmans.
Okupas

Há ainda uma cena alternativa muito forte, e que encontrou um novo reduto: Friedrichshain, onde muitas das casas ainda não foram reformadas e algumas acabaram invadidas por squatters, ocupadores urbanos.

É lá que estão os muitos bons e alternativos restaurantes,bares,além de casas de okupas que transformaram-se em galerias de arte,em baladas.São todos locais abertos à visitação, e um convite ao divertimento sem gastar quase nada.

Estar em Berlim é fazer parte da história,é olhar como esse povo sofreu tanto e que agora são pessoas mais abertas,livres e muito simpáticas.Sorrisos por todos os lados,metrôs temáticos e antigos.Estações de trem gigantescas,avenidas largas,árvores e folhas secas.Festas o tempo todo.Punks pacíficos caminhando ao seu lado,gente bonita,moderna,alternativa.Uma cidade curiosa,nova,ainda em construção.



Por: Nat Naville (nati@emusicbrasil.com)